Ano novo, desafio novo

Vamos brincar mais uma vez?

Já falei em posts anteriores que o meu lance com a cozinha tem se transformado numa relação bem séria. Comer está no meu top 5 de melhores coisas que o ser humano é capaz de fazer; porém, não somente o ato me interessa, todo o processo que se finaliza na boca me é um universo atraente. Aprender sobre harmonias de temperos, sabores, aromas, brincar com texturas e cores, e experimentar alimentos tão diversos quanto possível – uma paixão que dificilmente irá me deixar.

O fato é que, como eu gostei bastante desse negócio de me propor desafios, pois tem me tirado de certa zona de conforto (preguiça!), bem como me ajudado a quebrar alguns preconceitos, já no final do desafio do ano passado, resolvi qual seria o meu próximo. E tem a ver com comida, claro!

O que eu me propus foi: a cada mês deste ano fazer uma receita nova (pra mim) que exija um pouco mais dos meus ainda não totalmente conhecidos (até por mim) dotes culinários. Já me sinto seguro com alguns pratos, italianos, especialmente, por isso vou tentar fazer comidas com temperos e ingredientes que eu não tenho muito contato no dia a dia. E a cada mês de 2014 venho aqui no blog postar o prato, a receita e o que mais der pra mostrar, rs.

Em janeiro eu não pude fazer nenhum prato para o desafio, mas agora em fevereiro deu. Para comemorar o aniversário da minha pequena, que foi no dia 20 passado, fiz um predileto dela.

O prato:

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A receita:

Ingredientes

  • 1 moranga média
  • 1 copo de requeijão
  • 1 kg de camarão limpo , temperado com pimenta-do-reino e limão
  • 2 colheres (sopa) de azite, para dourar
  • 1 cebola picada
  • 1 dente de alho amassado
  • 3 tomates sem pele e sem sementes, picados
  • 1 pimenta de cheiro picada
  • 3 colheres (sopa) de farinha de trigo
  • 1 xícara (chá) de leite de coco
  • 1 lata de creme de leite
  • 1 colher (sopa) de salsa picada
  • 1 colher (sopa) de cebolinha verde picada
  • queijo parmesão ralado a gosto

Preparo:

Antes de tudo é preciso “preparar” a moranga, retirando a tampa com uma faca e as sementes com uma colher.

Depois o que eu fiz foi levar ao fogo uma panela que cabia a moranga inteira, enchi a panela com água até um pouco mais da metade de sua capacidade, deixei ferver e coloquei a moranga para amaciar; primeiro com a abertura virada pra cima e depois com ela virada pra baixo. Esse processo não demora mais que 10 minutos contando a partir da fervura da água. Próximos passos: retirar a moranga do fogo, escorrer a água que acaso fique dentro dela, e deixá-la esfriar.

Para o recheio, eu fiz um refogado simples do camarão já temperado com pimenta do reino, sal e limão. Aquilo lá de sempre: fogo baixo pra médio, azeite, cebola, alho, dourou tudo e tchanam: camarão pra dentro. 10 minutos, no máximo. Só aí vão os tomates, a pimenta de cheiro e o trigo diluído no leite de coco. Desliguei o fogo, acrescentei o creme de leite (sem soro, hein) e o requeijão (eu fiz uma mistura dos dois antes), e corrigi o sal e a pimenta. A mistura toda foi para a moranga.

Antes de levar a moranga ao forno, untei a área externa dela com azeite pra ressaltar sua cor. 30 minutos a 180º. Cebolinha e salsa pra fazer aquela frescura final, coloquei uns camarões ali do lado também pra dar um charme, e queijo ralado pra dar a liga. Daí é boca. E foi boca demais porque ficou bom pra caralho.

Em março tem mais!

 

V

Ouvindo essa semana uns podcasts maneiros sobre aquelas histórias do rock Brasil / jornalismo musical nos 90’s. Massari, Alex Antunes, Barcisnki, José Júlio do Espírito Santo, Miranda, Ricardo Alexandre, todo mundo que estava lá escrevendo, participando, interferindo de alguma forma naquilo tudo que formou o meu gosto musical (e o de muita gente, tenho certeza), contando muita coisa que a gente já sabia, não queria saber ou nem imaginava que rolava nos bastidores da balbúrdia que era o cenário musical daquela década maldita que nos deu ‘a banheira do gugu’, ‘molejão’ e ‘só no forevis’.

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Esse aqui é um podcast especial que juntou o Alexandre Matias , o Miranda e o Ricardo Alexandre pra divulgar o mais recente livro deste último: Cheguei Bem a Tempo de Ver o Palco Desabar. As histórias do Miranda são demais. Dá pra baixar fácil.

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Esse aqui é um programa apresentado por uma galera de peso – Elson Barbosa, Fernando Lopes, Amanda Mont’Alvão, Filipe Albuquerque e Marcelo Costa – que sempre leva gente interessante como convidada. Separei as melhores edições, mas tem muita coisa massa lá. Não tem como baixar diretamente do Mixcloud, a manha é ir no offliberty.com colar o link do programa e clicar em ‘salvar como’.

PS: não tô conseguindo colocar o embed dessa porra, então vou pôr os links diretos

O Resto É Ruído #22 – Alex Antunes

O Resto É Ruído #31 pt 1 – José Júlio do Espírito Santo
O Resto É Ruído #31 pt 2 – José Júlio do Espírito Santo

O Resto É Ruído #34 – André Barcinski

O Resto É Ruído #35 – Fábio Massari

Kissing

Como beijar segundo o guia da Life de 1942. Via @HistoricalPics

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242 discos, 255 filmes e um desafio (quase) cumprido

Os números foram melhores do que eu achei que seriam, apesar do desafio não ter sido cumprido como deveria. Não deu para chegar aos 365 filmes e discos em 365 dias. Mas a média foi digna. Porra, vi 255 filmes num ano! 242 discos ouvidos, em sua maioria discos de 2013, porra, é muita coisa! E tudo inédito, nenhum dos filmes eu já tinha visto antes, nenhum dos discos eu já tinha escutado.

Não vou fazer lista, por motivos óbvios (é coisa demais pra listar), mas os meus destaques de tudo o que vi e ouvi em 2013 foram:

Filmes que mais gostei:

De 2013 => Rush – Direção: Ron Howard

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Um filme espetacular. Apenas isso. Daniel Brühl perfeito como Niki Lauda. Direção perfeita do Ron Howard. Cenas incríveis das corridas. Trabalho magnífico de reconstituição dos autódromos,  dos grand prix, do clima da F1 nos anos 70: os bastidores, a relação dos pilotos com o público, com a imprensa… o filme definitivo sobre automobilismo, e que conta uma história de rivalidade e amizade de maneira mais que competente.

De qualquer ano => A Banda – Direção: Eran Kolirin

Uma banda egípcia se perde em Israel e disso nasce um filme extraordinário. Um conselho: assistam a esta  singela peça cinematográfica. Pra mim, cinema é isso aqui!

Discos que mais gostei:

De 2013 => DistânciaLupe de Lupe

A primeira música desse disco é estranha e fundamental. Esse disco é estranho e fundamental. Essa banda é estranha e fundamental. Bom demais ter gente deste tipo fazendo canções deste tipo por aí. São lá de Minas, pouca gente dá bola, tem umas entrevistas ‘contundentes’ dos caras circulando por aí, é bacana demais ‘ouvi-los’ falar, e é melhor ainda ouvi-los tocar.

De qualquer ano => All This Sounds GasPreston School of Industry

Em 2013 eu reafirmei ainda mais o meu amor pelo Pavement, pelo Malkmus, acima de tudo. Não pude ir a nenhum dos shows dele da tour no Brasil no começo do ano, mas escutei o cara como se não existisse mais nada pra ouvir no mundo. Também comecei a prestar atenção no que os companheiros do cara fizeram ou estão fazendo de som desde o fim da banda. Qual não foi a minha surpresa quando me deparei com esse disco do ‘Spiral Stairs’, também conhecido como Scott Kannberg (guitarrista e o outro compositor do Pavement), lançado sob o nome de Preston School of Industry, que por sua vez é o título de um dos lados B’s mais legais da banda. Enfim, esse disco é sensacional. As primeiras 5 músicas são matadoras.

Desafio: semanas 44, 45, 46, 47, 48 49, 50, 51 e 52 (de 30.10 a 31.12)

A lista das últimas semanas do desafio ali embaixo, ufa! Faltou tempo demais no fim do ano. Quase não deu pra ouvir muita coisa nova, mas mantive uma média decente quanto aos filmes. Foram 12 discos e 31 filmes em 9 semanas. O balanço final do desafio vou fazer no post seguinte a este.

Discos

TodayGalaxie 500 (1988)
This is Our MusicGalaxie 500 (1990)
Out the way Meat Puppets (1999)
Crazy for YouBest Coast (2010)
The Only PlaceBest Coast (2012)
ChumpedChumped (2013)
UnmachoRozwell Kid (2013)
Heaven Tonight Cheap Trick (1978)
Cheap TrickCheap Trick (1977)
Straight UpBadfinger (1972)
Let it RockThe Connection (2013)
*EP2Pixies (2013)

2013 foi o ano de maior movimentação na carreira dos Pixies desde os 90’s. Foram 2 EP’s, muitos clipes, saída da Kim, entrada de outra Kim, que saiu 1 mês depois pra entrada de uma argentina, a Paz Lenchatin, que assumiu as 4 cordas da banda. Ah, ainda tem uma passagem pelo Brasil confirmada na edição do Lolla esse ano. Apesar de ter ouvido bem mais o EP1 do que este, gostei mais dele. É sempre bom ter o Pixies velho de guerra fazendo música boa.

Filmes

Pacific Rim – Direção: Guillermo del Toro (2013)
The Commitments – Direção: Alan Parker (1991)
Rush – Direção: Ron Howard (2013)
Deu a Louca nos Bichos – Direção: Roger Kumble (2010)
A Inveja Mata – Direção: Barry Levinson (2004)
Meu Passado Me Condena – Direção: Julia Rezende (2013)
Eu e Meu Guardachuva – Direção: Toni Vanzolini (2010)
Cine Majestic – Direção: Frank Darabont (2001)
12 Years a Slave – Direção: v (2013)
Trapaça – Direção: David O. Russell (2013)
A Vida Secreta de Walter Mitty – Direção: Ben Stiller (2013)
Clube de Compras Dallas – Direção : Jean-Marc Vallée (2013)
O Grande Herói – Direção: Peter Berg (2013)
Rádio 2000 – Direção: Erik Lopes (2013)
300 – Direção: Zack Snyder (2007)
Guerra Mundial Z – Direção: Marc Forster (2013)
Winning Time: Reggie Miller vs. The New York Knicks – Direção: Dan Klores (2010)
No Crossover: The Trial of Allen Iverson – Direção: Steve James (2010)
Straight Outta L.A. – Direção: Ice Cube (2010)
Ghosts of Ole Miss – Direção: Fritz Mitchell (2012)
Elway to Marino – Direção: Ken Rodgers and NFL Films (2013)
Hawaiian: The Legend of Eddie Aikau – Direção: Sam George (2013)
Radio Days – Direção: Woody Allen (1987)
Another Woman – Direção: Woody Allen (1988)
Crimes and Misdemeanors – Direção: Woody Allen (1989)
Jogos Vorazes – Em Chamas – Direção: Francis Lawrence (2013)
Before Sunset – Direção: Richard Linklater (1995)
Before Midnight – Direção: Richard Linklater (2013)
O Cavaleiro Solitário – Direção: Gore Verbinski (2013)
Álbum de Família – Direção: John Wells (2013)
*O Lobo de Wall Street – Direção: Martin Scorsese (2013)

Este foi o segundo melhor filme de 2013, na minha desnecessária opinião (o primeiro, que também está nesta lista, eu comento no próximo post). Todo mundo loucão: atores, diretor, roteirista. Uma história de porralouquices no nível máximo. São três horas de um filme em que todas as cenas são divertidas e divertem quem está assistindo – eu não parei de rir um instante sequer. Mais uma grande parceria Dicaprio/Scoserse. E com participações certeiras do McConaughey e do Jonah Hill.

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Desafio: semanas 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42 e 43 (de 28.08 a 29.10)

Égua, já é fevereiro! Cadê o tempo pra atualizar o desafio?! A lista está aqui em mãos, mas a paciência pra organizar tudo tá faltando. Vou dividir o que vi e ouvi nos últimos meses de 2013 em dois posts. Fiquei longe pra porra de cumprir o desafio, mas, por causa dele, só no ano passado vi mais filmes e ouvi mais discos do que a totalidade de pelos menos 3 anos anteriores a ele. A contagem total deixo para o próximo post. Nessas 9 semanas, contabilizei 30 filmes e 30 discos.

Discos

Quebra AzulBaleia (2013)
MirageMeat Puppets (2011)
O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve AquiEmicida (2013)
Mechanical BullsKings of Leon (2013)
Ukulele SongsEddie Vedder (2011)
Muito Mais que AmorVanguart (2013)
That’s What We Were Made ForThalles Cabral (2013)
Inventário dos Mortos (ou Zebra Circular)Marcos Magah (2013)
EP1Pixies (2013)
Francisco El Hombre Francisco El Hombre (2013)
RegistroCabezas Flutuantes (2013)
Estado De NuvemBruno Souto (2013)
CupidBlood Orange (2013)
Shangri LaJake Bugg (2013)
Shields B-sidesGrizzly Bear (2013)
GavetaPhill Veras (2013)
Fade AwayBest Coast (2013)
IIUnknown Mortal Orchestra (2013)
Tooth & NailBilly Bragg (2013)
Her Majesty, The DecemberistsThe Decemberists (2003)
French Kiss ’74 + Act  – New York Dolls (2013)
Dream River – Bill Callahan (2013)
Don’t Forget Who You AreMiles Kane (2013)
Vamos Pro QuartoVamos Pro Quarto (2013)
You Wouldn’t AnywayLoomer  (2013)
We Had a Glorious TimeVinyl Laranja(2013)
Reptile Brain MusicImperial State Electric  (2013)
Push the Sky AwayNick Cave & The Bad Seeds (2013)
On FireGalaxie 500 (1989)
*You Were RightBrendan Benson (2013)

Brendan Benson é aquele cara gente boa que faz música de um jeito espontâneo, simples, natural, sem parecer forçado, e sempre com um estilo muito pessoal. Fez alguns dois discos excepcionais, tem alguns singles matadores na carreira, canta e toca tudo otimamente bem…  pô, como eu gostaria de ver esse cara ao vivo. O que esse disco demonstra, assim como o anterior, é que ele vem se sentindo confortável com a vida, com o passar dos anos, com o amadurecimento/envelhecimento pelo qual todos nós iremos passar cedo ou tarde. O que eu gosto no Brendan é essa serenidade refletida nas suas letras e no seu som que só se refina à medida que o tempo passa.

Filmes

Linha de Passe – Direção: Walter Salles e Daniela Thomas (2008)
Eurotrip – Direção:  David Mandel, Alec Berg, Jeff Schaffer (2004)
Jogos Vorazes – Direção: Gary Ross (2012)
Hannah Arendt – Direção: Margarethe Von Trotta (2012)
Hannah e Suas Irmãs – Direção: Woody Allen (1986)
Renoir – Direção: Gilles Bourdos (2012)
Broadway Danny Rose – Direção: Woody Allen (1984)
September – Direção: Woody Allen (1987)
Gravity – Direção: Alfonso Cuarón (2013)
This is the End – Direção: Seth Rogen (2013)
Stardust – O Mistério da Estrela – Direção: Matthew Vaughn (2007)
Atlântico Negro: nas rotas dos Orixás – Direção: Renato Barbieri (1998)
Frances Ha – Direção: Noah Baumbach (2012)
Behind the Candelabra – Direção: Steven Soderbergh (2013)
De Pernas Pro Ar 2 – Direção: Roberto Santucci (2012)
Gente Grande 2 – Direção: Dennis Dugan (2013)
Ela e os Caras – Direção: Joe Nussbaum (2007)
Cine Holliúdy – Direção: Halder Gomes (2013)
Einstein and Eddington – Direção: Philip Martin (2008)
Meia Noite em Paris – Direção: Woody Allen (2011)
O Segredo do Meu Sucesso – Direção: Herbert Ross (1987)
A Garota – Direção: Julian Jarrold (2012)
Rocket Science – Direção: Jeffrey Blitz (2007)
Universidade MonstroDireção: Dan Scanlon (2013)
Procurase-um Amor que Goste de Cachorros – Direção: Gary David Goldberg (2004)
Oh Boy – Direção: Jan Ole Gerster (2012)
Solteiros com filhos – Direção: Jennifer Westfeldt (2012)
Vai Que Dá Certo – Direção: Mauricio Farias (2012)
Um Quarto em Roma – Direção: Julio Medem (2010)
*La Vie d’Adele – Direção: Abdellatif Kechiche (2013)

Três horas! Teve um momento enquanto eu assistia a este filme que só conseguia pensar isso: três horas! Mas ainda bem que não foi um tempo desperdiçado, pois eu achei este filme bonito que só. É cinema autoral de fato. Cenas longas (as de sexo são extremamente reais até na duração do ato), comprometimento com a história contada (mesmo que ela cause algum estranhamento em quem tá assistindo), mão perceptível do diretor em cada corte ou atuação, etc. Gostei deste filme porque trata de uma maneira bastante responsável e verdadeira a descoberta do amor e tudo o que de bom e ruim ele traz junto consigo.

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