De Teresina a São Luís (e versa-vice)

Velttenz

Fim de semana passado, fui à Tersina com a Velttenz tocar no lançamento do cd solo de um dos amigos da banda Trinco. Foi bem massa começar o ano tocando fora da nossa cidade, deu pra rever os amigos todos de lá, e deu pra aproveitar bem a vigem. Foi bacana ver o ‘susto’ que o pessoal que ficou pra ver nosso show levou com o som cheio de guitarra que a gente faz. O Hugo, esse amigo cujo disco foi lançado, faz um som mais ‘tranquilo’, mais ‘nova mpb’ com pitadas de arranjos de jazz e música regional à la cena recifense, daí o pessoal foi ‘preparado’ pra este tipo de som, talvez até por isso ele tenha nos chamado, pra fazer o contraste. E foi massa. O show foi dele massa. O disco, Trincado, dá pra ouvir aqui. Enfim…

O mote desse post é o show, mas principalmente a viagem até Teresina, que faço pela segunda vez em menos de um ano. Sei lá, desta vez, na volta, depois de quase 15 horas de viagem (ida e volta) e passando por um monte de lugar do interior, do interior mesmo, me bateu um negócio. Aí lembrei do João do Vale, que tem essa música que fala sobre todos esses lugares, de como ele e tantos outros penaram pra fazer esse e outros trajetos, e de como deve ter sido duro, mas ao mesmo tempo era a vida possível pra eles, e mesmo assim ainda existia felicidade e alegria autênticas, etc.

João do Vale é  um dos caras que eu mais admiro na música, analfabeto e sem noção musical alguma, mas com espírito, com tesão e vontade pra coisa. Não sabia escrever, tocar ou cantar, mas fez pelo Maranhão o que muita gente letrada nunca vai fazer: deu uma identidade, uma representação do ser maranhense, que não é, definitivamente, o nordestino imortalizado por Gonzaga, é outra coisa, menos seca, ainda que ensolarada. O Maranhão tem isso: é Norte? é Nordeste? Que diabos nós somos? O João do Vale dá umas boas pistas nas suas canções do que talvez sejamos em essência.

‘De Teresina à São Luís’, canção do João, cantada por Gonzaga. Um clássico eterno pras bandas de cá.

Sobre Paulo Henrique Moraes

sempre entre a palavra e a música.

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